PROPOSTA - Benefício integral exigirá 40 anos de contribuição
O trabalhador em busca de uma aposentadoria sem desconto terá de seguir na ativa por 40 anos para ter o benefício integral.
A reforma da Previdência apresentada ontem acaba com a possibilidade de o trabalhador usar a fórmula 86/96 para receber 100% da média salarial.
O novo modelo de cálculo proposto parte de 60% da média salarial.
Como o tempo de contribuição passará a ser de 20 anos, o segurado conseguirá somar 2% da média para cada ano de trabalho além do mínimo.
Uma segurada que complete hoje 30 anos de contribuição ao INSS e tenha 57 anos de idade receberá uma aposentadoria igual sua média salarial.
Após a reforma, uma trabalhadora que atingir essas mesmas condições terá 80% da média.
Além de perder o benefício integral, os segurados terão outra redução na aposentadoria.
O governo prevê mudança na média salarial, o que deve reduzir o valor-base usado no cálculo dos benefícios.
A proposta de emenda à Constituição enviada à Câmara define que a média passará a usar todos os salários recebidos pelo trabalhador desde julho de 1994 (pois só considera valores em reais).
As remunerações menores passarão a integrar o cálculo. Hoje, o INSS só considera as 80% maiores contribuições.
Isso afeta, por exemplo, quem passou muito tempo recebendo o salário mínimo, ou quem tinha remuneração menor no início da carreira.